jair beirola

19.9.05

Cada um é cada um

Vamos esclarecer uma coisa.

O departamento de perícia da polícia civil tem hoje catalogado em seu arquivo 93 tipos de nariz. Esse é o número secundário. Primariamente, existem 26 tipos de nariz.

Com esse número, parte-se para a elaboração de retratos falados, por exemplo, já que eles representam praticamente todos os tipos existentes no mundo.

Claro, e isso é tão óbvio que nem precisaria ser explicado, que não existe um nariz igual ao outro. O que existe são tipos físicos parecidos, que são agrupados em uma categoria etc.

Um minuto, a Bete me chama.

16.9.05

Design de bucetas - o estudo

Muito trabalho e seriedade foram empenhados numa das mais ousadas e completas experiências bucetíficas da história. Não poderei abrir todo o riscado por motivos éticos, mas uma pincelada na portinha eu posso dar.

Fui convidado a fazer parte, como chefe de equipe, de uma pesquisa que analisaria o design da buceta brasileira. A pesquisa foi coordenada por uma grande instituição brasileira, só que, obviamente, sem o conhecimento de sua altíssima cúpula gestora. Um dia eles tomarão conhecimento, entretanto, e se encherão de orgulho. Entraremos para os anais da ciência com o material que temos compilado.

Cor, tamanho, layout, curvas, peso aproximado, relevo, planícies, montanhas e paisagens, enfim, um estudo enorme que define por completo o mapa geográfico bucetal tupiniquim.

A instituição forneceu o, digamos, material de estudo, através de uma seleção feita em três famosos campi paulistas. Gente de todos os cantos do Brasil participou. Algumas vezes, é verdade, em expedições fora do laboratório-sede. Hora extra, você sabe.

Juntei o resultado das pesquisas, que duraram oito meses, com o que já tinha em rascunho (que foi de onde surgiu a idéia, numa mesa de bar com um renomado professor-doutor) e cumpri a tarefa de compilação em tempo recorde. Analisei um sortimento invejável de pererecas e posso dizer, sem medo de parecer esnobe ou mentiroso, que conheci praticamente TODOS os tipos de buceta que habitam nosso país. Grande, pequena, beiçuda, acanhada, torta, gorda, magra, esgarçada, estragada, careca, peluda, enfim. Deu um trabalho do caralho (ops).

O objeto principal desse estudo será provar, com vasta e sólida base comparativa, que buceta não é tudo igual, como afirmam os amadores.

Pretendemos nada menos do que revolucionar o mercado. Absorventes, calcinhas e outros acessórios serão desenvolvidos exclusivamente para o layout da buceta brasileira, respeitando toda a sua diversidade.

"Moço, me dá um modess modelo P43?"
"O P43 acabou, senhorita. Pode ser o F35? É muito parecido."
"Não, esse me pega na bordinha. Deixa pra lá."

Conglomerados do ramo de higiene e do entretenimento pagarão horrores por uma cópia daquela pasta azul.

* * *

Claro que durante o estudo, em horário comercial, soube separar o material profissional do material de consumo. Se mestre cervejeiro não enche a cara em horário de expediente, não seria eu que sujaria o nome de tão respeitada instituição querendo meter o pau onde só deveria meter a régua e dois ou três outros instrumentos.

Só não gostei de ter que usar máscara durante todo o processo. Mas era necessário, pois meu pau tem um acordo com o cérebro e reage ao menor odor de chavasca.

* * *

Infelizmente estou incapacitado de fornecer maiores detalhes. Mas prometo que salpico aqui no blog uns trechinhos de vez em quando. Vocês vão amar.

Fica aqui meu agradecimento público ao professor-doutor xarope que me colocou dentro de tão nobre e prazerosa pesquisa. É bom manter as amizades da infância.

Inscrições abertas em breve

Após encerrar meu estudo sobre o design das bucetas, cujo grosso calhamaço se transformará em artigo acadêmico numa das mais respeitadas instituições do Brasil, já tenho em mente a pauta de minha próxima empreitada ginocientífica: os espasmos vaginais involuntários.

Estudarei os involuntários porque para os voluntários já existe muito expert na praça. A Neide, por exemplo, que dá aulas de pompoarismo para uma comunidade carente de Heliópolis, sabe tanto do assunto e tem tamanho controle sobre os músculos da buceta que outro dia eu tive que acender a luz para me certificar de que não estava numa pegadinha.

O recrutamento de candidatas se inicia em novembro.

Tirei o gesso

Mas nem vou contar a história aqui porque ela é tão absurda que vocês iam achar que eu estou gozando na da cara de vocês.

Não, não foi distensão muscular proveniente de punheta. Punheta eu tenho praticado intensamente só agora, na fisioterapia. Meu pau está praticamente apaixonado pela palma da minha mão. Abro o zíper para mijar e o sacana já bota sozinho a cabecinha pra fora, todo serelepe, achando que é hora da farra.

São duas sessões, já que o médico mandou exercitar o braço mais vigorosamente a partir dessa semana. A matinal, cuja esguichada tem como destino a boquinha da Bete (que foi ficando, foi ficando...) e a da tarde, deitado confortavelmente no pufe da sala de tevê, assistindo fodas clássicas que chegam via serviço de entrega da locadora vizinha.

De noitinha rola uma montanha-russa e uma chuca, que eu também sou filho de Deus.

Febem

Tiaguinho chegou em casa com um amigo. Vai passar o final de semana aqui e já matou a aula de sexta, o filho da puta.

"E aí, tio! Tudo sussa?"
"Como?"
"Nada. Esse aqui é o Júlio. Júlio, esse é o tal tio maluco."
"Prazer."
"Prazer o caralho. Quero chegar aqui na segunda-feira e encontrar essa casa de pé, seus fedelhos."

Aqui não é albergue de delinqüente juvenil. Se ainda morasse em outra cidade, vá lá. Passar o final de semana na casa do tio na capitar, uai, é compreensível. Mas o porra mora a três bairros do meu! Minha irmã inventa umas coisas que não dá para entender. Deve estar querendo foder com o novo namorado e tá sem dinheiro pro motel. Aí despacha a prole pra casa dos parentes e tudo bem. Bonito.

Suspendi a viagem ao sítio quando li o adesivo na capa do caderno da criança:

Deus é 10, Romário é 11, Whisky é 12, Zagalo é 13 e acima de 14 eu tô pegando!

Por via das dúvidas, vou ficar aqui acompanhando a zorra. No meu uísque ninguém mexe!