Duzentos reais para ver um filme
Nunca chegue bêbado a um grande shopping.
Simone me convidou para um cinema, programinha pré-foda que quase todas elas fazem questão só para se sentirem "menos usadas", e eu, que estava enchendo a lata com o Almeidinha num boteco crasse A, aceitei de improviso. Uma fodinha com Simone não é coisa para se adiar.
Cheguei em cima da hora, a sessão já exibia os trailers, e desci esbaforido rumo à sala. Parei para dar uma mijada (a primeira de uma série delas, outra confusão que depois eu relato), comprei a porra da pipoca da moça e entramos.
- Eu quero pipoca.
- A pipoca ou o começo do filme, meu doce.
- Eu quero pipoca.
- Tá bom, anjinho (vai se fuder, caralho).
Saí quatro vezes da sala para mijar. Da próxima vez preciso me lembrar de sentar em uma posição estratégica, na ponta da fileira. Quando cochilei, ronquei só um pouquinho e me escapou um único peido, segundo ela, mas foi o suficiente para Simone ficar bastante brava. Era o começo da encrenca.
Na hora de ir embora, a merda. Onde foi que o carro ficou estacionado mesmo? Solicitei ajuda a um simpático funcionário, que - juro! - fez o que pode, o pobre:
- Senhor, o senhor não lembra pelo menos em que piso o senhor estacionou seu carro, senhor?
- Não, nada.
- Também, chegou bêbado como um gambá... - essa foi a Simone brava.
- Você não tem alguém que possa dar uma rodada pelo estacionamento e localizar meu carro rapidamente?
- Senhor, temos TRÊS MIL VAGAS no estacionamento, senhor. Vou estar providenciando uma busca, mas isso pode estar levando algum tempo, senhor.
- Tudo bem, vamos comer enquanto isso.
- Não estou com fome, Jair - respondeu Simone, visivelmente emputecida.
- Você tem idéia de quanto tempo pode levar para encontrarem meu carro?
- Não, senhor. Não posso te dar uma previsão, senhor.
Aí pronto, fodeu. Simone resolveu ir para casa, tive que chamar um táxi e morrer com quase 100 cruzeiros, entre o trajeto shopping-Simone-minha casa. No dia seguinte ligaram e eu fui buscar o carro à noite.
Quando vi a conta do estacionamento, ah, deixa prá lá. Que merda.
Simone me convidou para um cinema, programinha pré-foda que quase todas elas fazem questão só para se sentirem "menos usadas", e eu, que estava enchendo a lata com o Almeidinha num boteco crasse A, aceitei de improviso. Uma fodinha com Simone não é coisa para se adiar.
Cheguei em cima da hora, a sessão já exibia os trailers, e desci esbaforido rumo à sala. Parei para dar uma mijada (a primeira de uma série delas, outra confusão que depois eu relato), comprei a porra da pipoca da moça e entramos.
- Eu quero pipoca.
- A pipoca ou o começo do filme, meu doce.
- Eu quero pipoca.
- Tá bom, anjinho (vai se fuder, caralho).
Saí quatro vezes da sala para mijar. Da próxima vez preciso me lembrar de sentar em uma posição estratégica, na ponta da fileira. Quando cochilei, ronquei só um pouquinho e me escapou um único peido, segundo ela, mas foi o suficiente para Simone ficar bastante brava. Era o começo da encrenca.
Na hora de ir embora, a merda. Onde foi que o carro ficou estacionado mesmo? Solicitei ajuda a um simpático funcionário, que - juro! - fez o que pode, o pobre:
- Senhor, o senhor não lembra pelo menos em que piso o senhor estacionou seu carro, senhor?
- Não, nada.
- Também, chegou bêbado como um gambá... - essa foi a Simone brava.
- Você não tem alguém que possa dar uma rodada pelo estacionamento e localizar meu carro rapidamente?
- Senhor, temos TRÊS MIL VAGAS no estacionamento, senhor. Vou estar providenciando uma busca, mas isso pode estar levando algum tempo, senhor.
- Tudo bem, vamos comer enquanto isso.
- Não estou com fome, Jair - respondeu Simone, visivelmente emputecida.
- Você tem idéia de quanto tempo pode levar para encontrarem meu carro?
- Não, senhor. Não posso te dar uma previsão, senhor.
Aí pronto, fodeu. Simone resolveu ir para casa, tive que chamar um táxi e morrer com quase 100 cruzeiros, entre o trajeto shopping-Simone-minha casa. No dia seguinte ligaram e eu fui buscar o carro à noite.
Quando vi a conta do estacionamento, ah, deixa prá lá. Que merda.