jair beirola

10.6.05

A literatura me salvou

Quando digo que a literatura já me salvou de algumas, tem gente que não acredita, ou acha que é figura de linguagem. Pois vou relatar um episódio recente para que vocês percebam quão importante são os livros na vida de um homem.

Tenho que ir com cautela, pois pisarei em terreno perigoso tocando nesse assunto. Sendo um cidadão respeitador e conhecedor dos limites que regem a sociedade, vou devagar.

Leila é paralítica. Tem todos os membros no lugar, mas sofre de paralisia nas duas pernas. Usa um par de muletas para se locomover, e no trabalho conta com uma cadeira de rodas, o que não afeta praticamente em nada seu cotidiano em relação a uma pessoa sem deficiência. Tirando as pernas um pouco finas demais, atrofiadas pela falta de movimento, deitada sobre a cama é uma mulher gostosa como qualquer outra.

É bom ressaltar: as pernas não funcionam, mas o clitóris tá ligadão que é uma beleza.

Secamos duas garrafas de champanha vagabunda e fomos para o abatedouro (minha cheirosa e confortável cama). Vou lhes poupar dos mínimos detalhes.

Percebi que a parada seria dura quando fiz a aproximação boca-xota. As pernas, que geralmente se abrem convidativas, fizeram de conta que nem era com elas. Hum. Afastei-as gentilmente e apliquei-lhe a famosa Linguada do Beirola. Gemidos encheram o quarto.

Mas alguma coisa não ia bem. Senti falta do REQUEBRO dos quadris da moça, feedback padrão no trato oral. Mais, senti falta daquela levantada de quadris que expõe a xota, quase que uma súplica, você praticamente enxerga os lábios se movendo pra pedir: "vem cá".

Olhei para o criado mudo e percebi um Moby-Dick dando sopa ali. Não sei como esse livro foi parar lá, mas meus instintos, sempre ágeis, não decepcionaram. Para quê mais serve um Moby-Dick?

CUIDADOSAMENTE inseri o volume sob suas nádegas. Melhorou um pouco. Girando o pescoço, fiz uma rápida busca pelo quarto e localizei um Grande Sertão: Veredas sobre o rack. Perfeito.

Agora sim, pensei. Tendo como companhia de foda dois livros desse gabarito, não podia fazer diferente e optei por uma FODA CLÁSSICA: fui de papai-e-mamãe. Com o papai jogando em posição um pouco avançada.

Coloquei um edredon amontoado, onde já existiam os travesseiros, para apoiar os joelhos suspensos da moça e comecei a função. A xota rapidamente inundou-se e o perfume de Leila tomou conta do ambiente.

A pressão do corpo sobre o púbis da moça, que se encontrava em posição privilegiada, fez com que o orgasmo viesse rápido e forte, acompanhado de um urro prolongado.

O segundo e o terceiro tempo deram tanto trabalho que fiquei com preguiça de escrever. Ainda assim foi uma experiência interessante. Praticamente uma lição de vida.

Agora só não consegui explicar para dona Judite porque é que o Guimarães Rosa, encontrado sob a cama no dia seguinte, está com aquele puta cheiro de buceta até hoje.