jair beirola

10.8.05

Ah, a vida no campo!

Sacanagem.

Estava me acostumando a essa vida de queijos, vinhos e xotas quando o médico mandou cortar tudo. Tudo menos as buças, que ele não é louco e tem medo de tomar uma muca no meio da fuça.

Fui então para o campo, praticar uma vida mais saudável e comer da comida de dona Délia, caseira do sítio vizinho. Daí meu breve sumiço.

Levei umas sementes em saquinhos, um par de luvas de borracha amarela, uma pequena pá e comecei, depois de uns dez anos de promessas, minha horta particular. Plantei umas oito espécies de artigos para salada, que é como chamo aquele mato todo. Em breve poderei colher meu próprio alimento, mas juro que ainda não encontrei a menor graça nisso. Bom.

E estava lá levando essa vida entediante da porra quando me aparece Bete, irmã mais nova de dona Délia, recém-chegada do Pará. Um metro e sessenta, um e sessenta e cinco no máximo. Cinturinha e quadrilzão. Uma boca que...

Despedi dona Judite. Aleguei incompatibilidade com seu namorado, o folgado capiau que drenou todas as minhas últimas Veuve Clicquot usando um copo de requeijão. Além disso, tenho passado pouco tempo em São Paulo, não justifica ter uma empregada 22 dias por mês consumindo e trepando no conforto do meu lar.

Bete agora começa o expediente com um boquete de bom dia. Em seguida fodemos gostosinho. Depois prepara o café (saudável), lava minhas roupas, ajeita a casa e sai para cuidar da vida. Nos vemos duas ou três vezes por semana. Não é contratada, que não quero ter problemas na justiça do trabalho. Faz tudo de bom grado e em troca ganha teto, comida, rola e uns trocados, enquanto batalha procurando emprego aqui em Sumpaulo.

De vez em quando me sinto um grande filho da puta. Mas quando o pau fica duro, passa.