jair beirola

16.9.05

Design de bucetas - o estudo

Muito trabalho e seriedade foram empenhados numa das mais ousadas e completas experiências bucetíficas da história. Não poderei abrir todo o riscado por motivos éticos, mas uma pincelada na portinha eu posso dar.

Fui convidado a fazer parte, como chefe de equipe, de uma pesquisa que analisaria o design da buceta brasileira. A pesquisa foi coordenada por uma grande instituição brasileira, só que, obviamente, sem o conhecimento de sua altíssima cúpula gestora. Um dia eles tomarão conhecimento, entretanto, e se encherão de orgulho. Entraremos para os anais da ciência com o material que temos compilado.

Cor, tamanho, layout, curvas, peso aproximado, relevo, planícies, montanhas e paisagens, enfim, um estudo enorme que define por completo o mapa geográfico bucetal tupiniquim.

A instituição forneceu o, digamos, material de estudo, através de uma seleção feita em três famosos campi paulistas. Gente de todos os cantos do Brasil participou. Algumas vezes, é verdade, em expedições fora do laboratório-sede. Hora extra, você sabe.

Juntei o resultado das pesquisas, que duraram oito meses, com o que já tinha em rascunho (que foi de onde surgiu a idéia, numa mesa de bar com um renomado professor-doutor) e cumpri a tarefa de compilação em tempo recorde. Analisei um sortimento invejável de pererecas e posso dizer, sem medo de parecer esnobe ou mentiroso, que conheci praticamente TODOS os tipos de buceta que habitam nosso país. Grande, pequena, beiçuda, acanhada, torta, gorda, magra, esgarçada, estragada, careca, peluda, enfim. Deu um trabalho do caralho (ops).

O objeto principal desse estudo será provar, com vasta e sólida base comparativa, que buceta não é tudo igual, como afirmam os amadores.

Pretendemos nada menos do que revolucionar o mercado. Absorventes, calcinhas e outros acessórios serão desenvolvidos exclusivamente para o layout da buceta brasileira, respeitando toda a sua diversidade.

"Moço, me dá um modess modelo P43?"
"O P43 acabou, senhorita. Pode ser o F35? É muito parecido."
"Não, esse me pega na bordinha. Deixa pra lá."

Conglomerados do ramo de higiene e do entretenimento pagarão horrores por uma cópia daquela pasta azul.

* * *

Claro que durante o estudo, em horário comercial, soube separar o material profissional do material de consumo. Se mestre cervejeiro não enche a cara em horário de expediente, não seria eu que sujaria o nome de tão respeitada instituição querendo meter o pau onde só deveria meter a régua e dois ou três outros instrumentos.

Só não gostei de ter que usar máscara durante todo o processo. Mas era necessário, pois meu pau tem um acordo com o cérebro e reage ao menor odor de chavasca.

* * *

Infelizmente estou incapacitado de fornecer maiores detalhes. Mas prometo que salpico aqui no blog uns trechinhos de vez em quando. Vocês vão amar.

Fica aqui meu agradecimento público ao professor-doutor xarope que me colocou dentro de tão nobre e prazerosa pesquisa. É bom manter as amizades da infância.